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terça-feira, 13 de março de 2012

Políticas Públicas nas Tecnologias

Leiam: PRONUNCIAMENTO de Aloizio Mercadante
POSSE NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (12/01/2012). Na página do Curso de Mídias na Educação. Faça o comentário analítico...

2 comentários:

  1. Olá PessoALL,

    Minhas considerações ao pronunciamento do Ministro...

    Palavras são palavras... Mas ainda bem que são ditas!

    A julgar pela identidade do Ministro, economista e professor, o que podemos esperar dele? Como professor ("Tenho muito orgulho de ser professor"), diz ter participado ativamente das lutas da categoria, "sempre em defesa da educação universal e de qualidade". Esta expressão aparece várias vezes no pronunciamento. Seu entendimento do que é o professor e da sua importância social é irretocável: "não iremos a lugar nenhum sem bons professores". Assume, como compromisso público, defender a dignidade dos professores e dos profissionais da educação, o que é promissor.

    Reconhece que a ausência de uma educação universal de qualidade é nossa principal fragilidade como nação e aponta a educação como a principal variável para nos tornarmos um país desenvolvido. .

    "Assim como um país rico é um país sem pobreza, um país desenvolvido é fundamentalmente aquele capaz de prover educação universal de qualidade". Para ele, “a medida do desenvolvimento de um país deve ser, essencialmente, a medida da educação de sua população”. E lamenta que “Infelizmente, até tempos recentes, nosso país não dava a devida prioridade à educação universal e de qualidade”.

    O pronunciamento sugere, então, que se dará à educação a atenção que merece, pois se atribui à ausência da educação a causa de todas as desigualdades sociais. Uma visão um tanto messiânica, mas que tem o tom de convencimento, como forma de sensibilização daqueles que criam leis, aprovam projetos e votam o orçamento da nação... Como fazer isso valer, na prática? Depois de elencar os principais programas e políticas públicas para os diferentes níveis de ensino (Fundeb, ProUni, UAB) o ministro aponta algumas formas de "agilizar a superação dos desafios gigantescos" que a educação nos coloca.

    Segundo o Ministro, para isso, "podemos usar instrumentos modernos, que estão à nossa disposição, como as tecnologias de informação e comunicação (TICs)" . Lembra o exemplo de países desenvolvidos e pesquisas que indicam os benefícios educacionais do uso adequado das TICs: influencia positivamente a aprendizagem de alunos das séries iniciais, estimula o aprendizado independente, reduz a exclusão digital e minimiza a desigualdade social; permite maior interatividade e autonomia no aprendizado, maior personalização dos conteúdos didáticos e do processo pedagógico; reduz custos (aqui fala o economista!) na disseminação da educação de qualidade e põe à disposição de professores e alunos um universo muito amplo e diversificado de conhecimentos.

    Diante destas constatações, o Ministro propõe "ampliar e intensificar os esforços que o Ministério da Educação e outros órgãos públicos vêm fazendo para introduzir as novas tecnologias nas escolas públicas, não apenas por meio da oferta de equipamentos , como computadores , tablets e laptops , mas também mediante a oferta crescente de conteúdos pedagógicos adequados em meios digitais".

    (Continua...)

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  2. Continuando....

    Entende o Ministro que "evidentemente, a educação de qualidade exige, acima de tudo, professores bem pagos, formados e motivados, recursos pedagógicos adequados, instalações apropriadas, envolvimento dos pais com a escola e um ambiente cultural voltado para o aprendizado" E completa: "Porém, o uso de novas tecnologias pode acelerar o processo de melhoria do ensino, seja como ferramenta para a formação de professores e o desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas, seja como instrumento de aprendizagem escolar. A tecnologia da informação e comunicação não é um fim em si mesmo, mas a inclusão digital massiva das escolas públicas, com participação pedagógica ativa dos professores, deve contribuir significativamente para propiciar o salto de qualidade tão necessário ao sistema educacional brasileiro".

    Resta saber o que vai prevalecer, na prática: a valorização do professor e de sua carreira ou o uso de novas tecnologias, embora o entendimento de que as tecnologias não são um fim em si mesmo esteja correto. As duas coisas precisam caminhar juntas: investimento em tecnologia para o professor, para a escola, para a educação e investimento no professor, na melhoria das suas condições de trabalho e de sua qualificação, uma vez que "O professor necessita se reinventar, e precisa fazê-lo constantemente".

    "No entanto, nesse processo de modernização e reinvenção, o professor continuará a ser o centro do processo pedagógico. As novas tecnologias substituem apenas o quadro-negro e outros instrumentos antigos. Não substituem o professor. Nada pode substituir a relação professor-aluno, a base mais sólida e completa do aprendizado", afirma o Ministro. É preciso, no entanto, lembrar que a tecnologia não se limita apenas a substituir os recursos antigos. Se assim o fosse, bastariam recursos financeiros para a modernização das escolas e tudo estaria resolvido. Elas trazem imbutidas outras dimensões e questões relativas ao processo ensino aprendizagem e à própria relação professor-aluno que alteram significativamente a dinâmica do que é ensinar e aprender...

    "Educar para inovar e inovar para educar" é a fórmula sugerida pelo Ministro, que acredita que, "quando cada escola pública do Brasil se transformar num pequeno centro de excelência, com o uso adequado de tecnologias inovadoras e avançadas e com professores bem preparados e motivados, o Brasil terá vencido, de forma irreversível, o desafio do desenvolvimento".

    Por fim, o Ministro sugere que pensemos o futuro a partir da educação, fazendo referência a um salto de qualidade na educação que precisa ser dado já! E conclui, novamente, defendendo o estreito vínculo entre educação e desenvolvimento econômico: "Estamos, agora, nos tornando uma sociedade cada vez mais inclusiva, baseada na distribuição dos rendimentos e das oportunidades, inclusive das oportunidades que só a educação de qualidade pode proporcionar e nos preparando para a sociedade do conhecimento e a economia verde e criativa, que é a economia do futuro".

    Resta saber se prevalecerá em sua gestão frente ao MEC, seu idealismo pedagógico, seu realismo econômico ou seu fisiologismo político. Aliás, ele fez questão de ressaltar o caráter suprapartidário de sua gestão. Mas, em todo caso, teria sido melhor que ele tivesse se declarado professor e economista ou invés de economista e professor. (rsrs)

    Abraços! Gilda Aquino

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